Quem tem viola não carece de transporte Se for pra mode ir-se embora dos sertões Mundão afora ele desce de carona Dos sonhos sob a lona o requinte faz canções Se por ventura lhe oferece a boa sorte O passaporte para além dos rumos seus Vai sem demora, dorme hoje sob a ponte E aos longes do horizonte a manhã se prometeu Viola acha graça se o dono se apaixona ||: Mas assim que ele sara ela estranha e semitona :|| Deitado agora em um quarto de hotel Sem ter mais céu pra lhe servir de cobertor Um vinho velho lhe conforta o calafrio E a canção sai no feitio de um poeta fingidor Saudade é o diploma de quem tem boca e foi a Roma ||: Tristeza é mula brava, corcoveia mas se doma. :||