Povo que lavas no rio, Que talhas com teu machado (2x) As tábuas do meu caixão. Pode haver quem te defenda, Quem compre o teu chão sagrado, (2x) Mas a tua vida não. Fui ter à mesa redonda, Beber em malga que esconda O beijo de mão em mão. Era o vinho que me deste Água pura, fruto agreste, Mas a tua vida não. Aromas de urze e de lama, Dormi com eles na cama Tive a mesma condição. Povo, povo, eu te pertenço Deste-me alturas de incenso, Mas a tua vida não. Povo que lavas no rio E talhas com o teu machado As tábuas do meu caixão. Pode haver quem te defenda Quem compre o teu chão sagrado Mas a tua vida não. J. CHAVES ROSA [email protected]