Intro: Sempre chega a hora da solidão Sempre chega a hora de arrumar o armário Sempre chega a hora do poeta a plêiade Sempre chega a hora em que o camelo tem sede O tempo passa e engraxa a gastura do sapato Na pressa a gente nem nota que a Lua muda de formato Pessoas passam por mim pra pegar o metrô Confundo a vida ser um longa-metragem O diretor segue seu destino de cortar as cenas E o velho vai ficando fraco esvaziando os frascos E já não vai mais ao cinema Tudo passa e eu ainda ando pensando em você Tudo passa e eu ainda ando pensando em você Penso quando você partiu assim sem olhar pra trás Como um navio que vai ao longe e já nem se lembra do cais Os carros na minha frente vão indo e eu nunca sei pra onde Será que é lá que você se esconde? Tudo passa e eu ainda ando pensando em você Tudo passa e eu ainda ando pensando em você A idade aponta na falha dos cabelos Outro mês aponta na folha do calendário As senhoras vão trocando o vestuário As meninas viram a página do diário O tempo faz tudo valer a pena E nem o erro é desperdício Tudo cresce e o início Deixa de ser início E vai chegando ao meio Aí começo a pensar que nada tem fim Que nada tem fim