Companheiro que passas pela estrada Seguindo pelo rumo do sertão Quando vires a cruz (a casa) abandonada Deixa-a em paz dormir na solidão Que vale o ramo do alecrim cheiroso Que lhe atiras nos braços (no seio) ao passar? Vais espantar o bando buliçoso Das borboletas, (mariposas) que lá vão pousar Esta casa não tem lá fora A casa não tem lá dentro Três cadeiras de madeira Uma sala, a mesa ao centro Rio aberto, barco solto Pau-d'arco florindo à porta Sob o qual, ainda há pouco Eu enterrei a filha morta Sob o qual, ainda há pouco Eu enterrei a filha morta Aqui os mortos são bons Pois não atrapalham nada Pois não comem o pão dos vivos Nem ocupam lugar na estrada "Pois não comem o pão dos vivos Nem ocupam lugar na estrada na estrada na estrada Nada, nada A velha sentada, o ruido da renda A menina sentada roendo a merenda A velha sentada,o ruido da renda A menina sentada roendo a merenda Nada, nada Nada, nada, nada, nada nada nada Aqui não acontece nada, não Nada Nada, nada nada nada Nada, absolutamente nada E o aguapé, lá na lagoa Sobre a água nada E deixa a borda da canoa Perfumada É a chaminé à toa De uma fábrica, montada Sob a água, que fabrica Este ar puro da alvorada-da-da-da Nada, nada Nada, nada, nada, nada Aqui não acontece nada, não Nada, nada Nada, absolutamente nada