Amazônia Amazônia Na beleza da folha da samambaia Um Deus inspirado construiu Sem pressa, sorrindo, Ele ungiu No óleo da copaíba, na formosura do rio Morada dos encantados, vivenda de sabedoria Teia da vida Onde os querubins da floresta vão brincar de colorir A flor da vitória-régia e as penas do colibri Canta Yara, canta Solo Um manto santo vai te cobrir de verde Bordado de flores, ninhada de amores O Curupira ferido retoma o lugar Não tenhas medo Amazônia Entes que protegem a mata não morrem Como a borboleta que tingiu suas asas Recorrem, recorrem! De cara pintada e alma lavada, a legião vai voltar De cara pintada e alma lavada, a legião vai voltar Amazônia, Amazônia Tua riqueza é de quem te habita: Pessoas... plantas e bichos Tua pureza afaga e acalanta a humanidade Das montanhas ao redor Chuva que desce e sacia Bate na palha e assobia Fertilizando o teu chão Mundo gigante, seres pequeninos Água enterrada, minério, energia No teu seio, Amazônia Brotarão! Açaí, tucumã e tambaqui Filhotes do gato-maracajá Vento espalhando as sementes aladas da samaumeira O perfume selvagem acordando as manhãs O tangará bailando, o uirapuru reinando e a garça-morena caçando vão te completar Gente alegre dessas bandas vai te povoar Sem sujar a terra, sem tisnar o ar Festeira, que não desperdiça Boca da noite, histórias da cobra-grande Do botinho cuíra nas águas caladas Por do sol vai bisbilhotando A cunhã distraída cantando No banho-de-cuia, na beira do rio De manhãzinha o sol dourado Vem trazendo a revoada Bem cedinho a cantarada Amazônia, Amazônia Verde do Brasil É só seguir a passarada É só seguir a passarada É só seguir a passarada Amazônia, Amazônia, Verde do Brasil! ( )