Intro: Não lance esse olhar de preconceito, de malicioso Quem é você para dizer se como carne ou osso? Ouço todo dia o povo lamentar Sociedade tenho pena, tenho raiva do seu remelexo, muda regra, mata, fuma, Cheira, tá direito, errado sou eu, não tenho onde morar. Censura pobre, preto, crente, veado, sabão, banguelo, solteiro, cabeçudo, arretado, estrangeiro, sem pelo, só não censura a fome e a corrupção (já to calado meu irmão) Se nas Arábias o povo é doido porque morre pela sua crença, aqui com doido no poder morre De fome e doença e nós esquecemos, vamos nele votar Se o Real é sempre fictício, o Dólar é doloroso, igual ao pranto do Iraque estuprado, morto Que o diabo Bush quis se apossar (eu vou exorcizar: sai Bush) Na indústria seca, morte, sofrimento, sertanejo a chorar Carregando a esperança num jumento, vendo o filho atrofiar Na escola nem ciranda, nem merenda, aprendendo a cantar Nossos hinos, nossa História, nossa lenda, professores a faltar A saúde tá de cama, tá doente, nem a Dipi pra aplicar E na liga da justiça o presidente e o ministro a viajar Mas não viaja, não viaja, não viaja moço que a polícia que prende pode te roubar Mas não viaja, não viaja, não viaja moço que a polícia que prende pode te sequestrar Será que pode isso moço? Acho que não pode! Já posso ouvir os gritos de lamento e morte A Amazônia tá entregue nas mãos dos bandidos, os índios tão doentes sem ter comprimido Tem um radar tirando foto, tudo tão bonito Pra entregar a mata pros diabos unidos.