Vou fazer a descrição Dum café de camareiras / Que havia na Mouraria Lembrar tempos que lá vão De fidalgos e rameiras / E cenas de valentia Os rufias são atores O cenário è a ralé / Com isso ninguém se ilude Nós somos os espectadores O teatro è o café / Do cantinho da saúde È bom que ninguém se afoite Vão dar-se cenas canalhas / Nesses antros de má fé Eram dez horas da noite Entrou a rusga às navalhas / P'las portas do café O Pinóia da guitarra Fadista bem conhecido / Parou de cantar o fado Há burburinho, algazarra E um fidalgo destemido / Negou-se a ser apalpado Fadistas falam calão E uma camareira esperta / Chegou-se com ligeireza À beira de um rufião Sacando a navalha aberta / Que este espetara na mesa Depois da rusga abalar Entraram muitas rameiras / Há movimento, alegria Há fadistas a cantar } BIS Várias cenas desordeiras / Eera assim a Mouraria Nota: Os acordes das quatro quadras do meio são iguais à primeira e à última