Intro: ) {Declamado} "Eu venho enforquilhado nesta guitarra baguala que até parece que fala, num ponteio debochado. A gaita me faz costado amadrinhando os demais no chão dos meus ancestrais abro meu peito agora e entro arrastando espora na terra dos marechais." Venho do tempo em que a potrada veiaca Tinha curnilho e maçaroca na cola E matreriavam quando um par de boleadeiras Só por matreira faziam um vôo pachola O entrevero das potradas e das domas Moldaram a estampa do taura em cima das garras De peito aberto na volteada de um rodeio Pealando anseios de sobre-lombo e cuchara De peito aberto na volteada de um rodeio Acordeon Pealando anseios de sobre-lombo e cuchara Este costume de viver pelas estâncias Esta mania de cruzar de um pago ao outro Peguei faz tempo, sou do lombo do cavalo Laço e pealo e não tenho medo de potro Trago na alma uma ansiedade xucra De abrir meu peito e cantar a vida inteira Pois o destino me fez taura igual a tantos E quando canto, sempre canto pra fronteira Pois o destino me fez taura igual a tantos Acordeon E quando canto, sempre canto pra fronteira Sou Rio Grandense, Maragato sem costeio Morro peleando prá defender meu chão Pois este apego me faz guerreiro de novo E traz meu povo pra dentro do coração Ando no rastro das comparsas e das tropas Que um certo dia se perderam campo a fora Fiquei solito mateando entre a fumaça Que me adelgaça a cada romper de aurora Fiquei solito mateando entre a fumaça Acordeon Que me adelgaça a cada romper de aurora {Declamado} Talvez eu volte um dia numa trovoada Ou na garganta de um fronteiriço cantor Erguendo poeira num reboliço de tropa Que se alvorota na volta de um corredor

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