Introd: Eu sou água dos rios nas veias da Terra A dar de beber as sedentas sementes Eu sou a nascente, o cerrado a serra Eu sou o grito de dor da madeira ferida a relva, a selva, a seiva da vida Peão boiadeiro que o laço não erra Eu sou o doce das frutas e a erva que amarga O quarto-de-milha e o mangalarga As águas revoltas são os prantos meus Quem envenena meus mares, me queima e desmata Me sangra sem pena, aos poucos me mata Não vê que eu sou o espelho de Deus Eu sou a natureza indefesa Não me trate assim Eu sou a águia, a baleia e o angelim Somos irmãos da Terra Pedra, bicho, planta, gente, enfim Pra que essa vida viva Cuida bem de mim Eu sou o sol das manhãs sobre minhas campinas O frio das neves, as claras colinas Os pássaros livres, a sombra que resta Eu sou o bicho do mato, a flor pantaneira Eu sou a savana, a serpente, a palmeira O cheiro do verde que vem da floresta Sou cavaleiro do mundo eu sou a boiada Eu sou o estradeiro e o pó Da estrada Sou crença nos elhos dos homens ateus Quem me devasta, me fere, me caça, me extingue Me arranca as raizes, não deixa que eu vingue Não pode se ver no espelho de Deus Eu sou a natureza....... "Finaliza com"....Cuida bem de mim _______________________________________________________ Contribuição: Wellington Demarchi([email protected])