Tá lá o corpo estendido no chão Em vez de um rosto uma foto de um gol Em vez de reza uma praga de alguém E um silêncio servindo de amém O bar mais perto depressa lotou Malandro junto com trabalhador Um homem subiu na mesa do bar E fez discurso pra vereador Veio camelô vender anel, cordão, perfume barato E a baiana pra fazer pastel e um bom churrasco de gato Quatro horas da manhã baixou o santo na porta-bandeira E a moçada resolveu parar, e então. Tá lá o corpo estendido no chão Em vez de um rosto uma foto de um gol Em vez de reza uma praga de alguém E um silêncio servindo de amém Sem pressa foi cada um pro seu lado Pensando numa mulher ou num time Olhei o corpo no chão e fechei Minha janela de frente pro crime