Intro Lado a lado e quarteirões a frente Duas solidões unidas Intranquilas sobre um presente Que não se cansou ainda Por todos abandonos existentes Individuais e coletivos Um chora e o outro descrente Mesmo distante esteja vivo A luz da lua atraí os felinos Mesmo os que não sabem voltar E ao seu lado alguém tão ínfimo Temendo não ter com o que sonhar E o silêncio já não diz mais O que costumava saber Não assustar os seus medos É como estar disposto a cantar mesmo sem ter o que dizer Solo Aquela colega do trabalho Tão diplomada e mal educada Lhe corta o coração com uma palavra E não consigo dizer nada Os fascistas que ainda estão por vir Aos poucos cumprem o seu dever E o seu desejo de talvez sumir Enfrenta as marchas de fim de mês Dessas coisas que não mudam nunca E que acreditamos estar prestes Os seus movimentos de biruta Ao vento tentam capturar preces E o silêncio já não diz mais O que costumava saber Não assustar os seus medos É como estar disposto a cantar mesmo sem ter o que dizer ( )