Um homem ponderado Sem pressa e sem cobiça levava sua vida Apreciava a coragem a ousadia O respeito a alegria Que sua tribo cantava Acreditava que ninguém acabaria Que apenas mudaria Por uns tempos de lugar Até que um dia um sujeito enciumado Com dinheiro e deslumbrado pelas luzes do poder Comprou o radio a tv e o mercado Espalhou pra todo lado até pra quem não quer ver Um passo em falso um boato criou perna Que o homem era mesmo da baderna Que gostava de fumar um chá Se não bastasse disse não pra uma balzaca Filha de um burocrata pós regime militar Daí em diante é que a corda foi ruindo Gente que o achava lindo não quer nem ouvir falar E aquele cara que tinha uma cara rara De herói virou a mala que ninguém quer carregar É evidente cada mídia tem um lado Ela escolhe o convidado e o que ele vai falar E de repente o pião tá dominado Não consegue se expressar Mas nego veio que andava recuado Vendo seu nome queimado resolveu contra-atacar Caiu na estrada cantou Soul na vaquejada Fez da vida a namorada e do Sol seu habitat Um passageiro sem futuro e sem ponteiro Sabe pelo marinheiro onde é bom pra descansar Um candeeiro paulistano forroqueiro Não se ilude com dinheiro nem tem ouro pra mostrar