eu sou de lá. onde o brasil verdeja a alma e o rio é mar. eu sou de lá. terra morena que eu amo tanto, meu pará eu sou de lá. onde as marias são marias pelo céu. e as nazarés são germinadas pela fé. que irá gravada em cada filho que nascer. eu sou de lá. se me permites já lhe digo quem sou eu. filha de tribos, índia, negra, luz e breu. marajoara, sou cabloca, assim sou eu. eu sou de lá. onde o menino deus se apressa pra chegar dois meses antes já nasceu fica por lá tomando chuva, se sujando de açaí eu sou de lá terra onde o outubro se desdobra sem ter fim onde um só dia vale a vida que eu vivi. domingo santo que não posso descrever. pois há de ser mistério agora e sempre. nenhuma explicação sabe explicar. é muito mais que ver um mar de gente nas ruas de belém a festejar é fato que a palavra não alcança não cabe perguntar o que ele é o círio ao coração do paraense é coisa que não sei dizer... deixa pra lá. terá que vir pra ver com a alma o que o olhar não pode ver terá que ter simplicidade pra chorar sem entender quem sabe assim verá que a corda entrelaça todos nós. sem diferenças, costurados num só nó. amarra feita pelas mãos da mãe de Deus estranho, eu sei juntar o santo e o pecador num mesmo céu puro e profano, dor e riso, livre e réu. seja bem vindo ao círio de nazaré. pois há de ser mistério agora e sempre nenhuma explicação sabe explicar. é muito mais que ver um mar de gente nas ruas de belém a festejar é fato que a palavra não alcança não cabe perguntar o que ele é o círio ao coração do paraense é coisa que não sei dizer... pois há de ser mistério agora e sempre. nenhuma explicação sabe explicar. é muito mais que ver um mar de gente nas ruas de belém a festejar é fato que a palavra não alcança não cabe perguntar o que ele é o círio ao coração do paraense é coisa que não sei dizer... deixa pra lá

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