Intro: Um dia quando o sertão tirar da terra o sustento o norte soprar o vento varrer todo espinho o homem pelo caminho nos desafios das léguas a noite mansa fáz trégua toca a viola em ponteio em um repente sem freio toada xote e baião um dia quando o sertão deixar de ser um mendingo ver no poder um amigo que seja bem verdadeiro os últimos serão os primeiros já foi bem claro o rabino falar pra aquele el ninho em abudante riqueza o pão enfim chega a mesa é tempo de louvação um dia quando o sertão se prepara pro saber na carta do abc e dominar toda ciência terá alto-suficiência será do mundo seleiro profetizou o conseleiro aí dos tempos atrás e o nó enfim se desfáz é tempo de redenção um dia quando o sertão não esquecer sua história comemorar suas glórias mostrar que é povo aguerrido dançar em solo batido o forró bumbo e xaxado guerreiro todo enfeitado sanfona em plena harmonia triângulo zabumba alegria é tempo de São João um dia quando o sertão for simplesmente isso tudo ouvir e não ficar mudo poder viver seu papel não vai beber desse féu que amarga feito giló fazer um vou maior nas asas da alforria nas brasas da hipocrisia não ver queimado o seu chão Um dia quando o sertão se prepara pro saber. . .