Meu sinhô, minha sinhora... Me pediram pra deixar de lado toda a tristeza Pra só trazer alegria e não falar de pobreza. E mais: Prometeram que seu cantasse feliz, agradava com certeza. Eu, que não posso enganar, misturo tudo o que vivo. Canto sem competidor, partindo da natureza do lugar onde nasci. Faço versos com clareza: A rima, belo e tristeza Não separo dor de amor. Deixo claro que a firmeza do meu canto Vem da certeza que tenho De que o poder que cresce sobre a pobreza E faz dos fracos riqueza Foi que me fez cantador. (mais rápido....) Meu sinhô, minha sinhora... Vou indo esse mundo a fora Num canto que é tão valente, E mesmo se está contente Fala sempre, a toda hora, Quase num tom de quem chora... Eu sou de uma terra plana... De um céu fundo e um mar bem largo Preciso de um canto longo Pra explicar tudo o que digo Pra nunca faltar comigo E lhe dar tudo o que trago. (Recitando/lento) Aos pés de muitas igrejas Lá você vai encontrar Esperança e caridade, Querendo se organizar. E os cegos pedindo esmola E a terra inteira a rezar. (Mais rápido...) Se um dia eu lhe enfrentar, Não se assuste, capitão, Só atiro pra matar E nunca maltrato não. Na frente da minha mira não há dor nem solidão. E não passo por um castigo que a Deus Cabe castigar E se não castiga ele, Não quero eu seu lugar. Apenas atiro certo, Na vida que é dirigida Pra minha vida tirar...

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