Meu olhar é negro Sou a noite E a face triste é o dia Na cadeira velha Meu corpo cansado Jogado pra vida, apaixonado Roupas velhas De um homem sem ninho Blusa branca E um terno de linho Lábios secos, como o sertão No peito um a faca E a vida na mão Vida curta, cabelo comprido Terra boa e povo oprimido Floresta de fogo Terra de temporal Que queima calada Pro grito fatal Cabra macho do sertão Quando chega a meia-noite Canta desenfreado Mas canta com o coração Eeeee...! Meu sertão! Eeeee...! Meu sertão Só existe uma palavra Que vive no coração É amar a terra ingrata E andar de pé no chão Eeeee...! Meu sertão! Eeeee...! Meu sertão