Intro: Fui criado na campanha em rancho de barro e capim Por isso é que eu canto assim pra relembrá meu passado Eu me criei arremendado dormindo pelos galpão Perto de um fogo de chão com os cabelo enfumaçado Quando rompe a estrela D'alva, aquento a chaleira Já quase no clariá o dia, Meu pingo de arreio Relincha na estrevaria, enquanto uma saracura Vai cantando empulerada, escuto o grito do sorro E lá no piquete relincha o potro tordilho Na boca da noite me aparece um zorrilho Vem mijá perto de casa pra inticá com a cachorrada Numa cama de pelego me acordo de madrugada Escuto uma mão pelada acoando no banhadal Eu me criei xucro e bagual honrando o sistema antigo Comendo feijão mexido com pouca graxa e sem sal Quando rompe a estrela D'alva, aquento a chaleira... Reformando um alambrado na beira de um corredor No cabo de um socador quas mão rodeada de calo No meu mango eu dou de estalo e sigo a minha campeirada E uma perdiz ressabiada voa e me espanta o cavalo Quando rompe a estrela D'alva, aquento a chaleira... Lá no centro do capão ouço piá de um nambú Numa trincheira o jacú grita o sabiá nas pitanga E bem na costa da sanga berra a vaca e o bezerro No barulho dos cincerro eu encontro os bois de canga Quando rompe a estrela D'alva, aquento a chaleira...