Era eu e mais dez num pardieiro no Estácio de Sá. Fazia biscate o dia inteiro pra não desovar e quanto mais apertava o cinto mais magro ficava com as calças caindo sem nem pro cigarro, e nenhum pra rangar. Falei com os dez do pardieiro: do jeito que tá com a vida pela hora da morte e vai piorar imposto, inflação cheirando a assalto juntamo as família na mesma quadrilha nos organizamo pra contra-assaltar. Fizemo a divisão dos trabalhos: Mulher-suadouro, trotuá Pivete nas missas, nos sinais Marmanjo no arrocho, pó, chantagem, balão apagado, tudo o que pintar. E assim reformando o pardieiro. Penduramo placa no portão: Tiziu, Cuspe-Grosso e seus irmãos agora no ramo atacadista convidam pro angu de inauguração. Tenteia, tenteia com o berro e saliva fizemo o pé-de-meia (bis). Hoje tenho status, mordomo, contatos, pertenço à situação mas não esqueço os velhos tempos: domingo numa solenidade uma "otoridade) me abraçou. Bati-lhe a carteira, nem notou, Levou meu relógio e eu nem vi Já não há mais lugar pra amador!