Levantei a tampa voltei ao passado Meu mundo guardado dentro de um baú Encontrei no fundo todo empoeirado O meu velho laço bom de couro cru Me vi no arreio do meu alazão Berrante na mão no meio da boiada Abracei o laço velho companheiro Bateu a saudade, veio o desespero Sentindo o cheiro da poeira da estrada Estrada que era vermelha de terra Que o progresso trouxe o asfalto e cobriu Estrada que hoje chama rodovia, Estrada onde um dia meu sonho seguiu, Estrada que antes era boiadeira Estrada de poeira, de sol, chuva e frio, Estrada ainda resta um pequeno pedaço A poeira do laço que ainda não saiu Poeira da estrada, só resta a saudade Poeira na cidade é a poluição Não se vê vaqueiros tocando boiada Trocaram o cavalo pelo caminhão E quando me bate saudade do campo Pego a viola e canto a minha solidão Não me resta muito aqui na cidade E quando a tristeza pega de verdade Eu mato a saudade nas festas de peão Estrada que era...... _______________________________________________________ Contribuição: Wellington Demarchi([email protected])