|Era uma vez, vejam vocês, um passarinho feio | |Que não sabia o que era, nem de onde veio | |Então vivia, vivia a sonhar em ser o que não era | |Voando, voando com as asas, asas da quimera Sonhava ser uma gaivota porque ela é linda e todo mundo nota E naquela prentensão queria ser um gavião E quando estava feliz queria ser a misteriosa perdiz E vejam então que vergonha quando quis ser a sagrada cegonha ... E com a vontade esparsa sonhava ser uma linda garça E num instante de desengano queria apenas ser um tucano E foi aquele, aquele tititi quando quis ser um colibri Por isso lhe pisaram o calo aí então cantou de galo ... Sonhava com a casa de barro, a do João de Barro e ficava triste Tão triste assim como tu querendo ser o sinistro urubu E quando queria causar estorvo então imitava o sombrio corvo E até hoje ainda se discute se é mesmo verdade que virou abutre ... E quando já estava querendo aquela paz dos sabiás Cansado de viver na sombra, voar, revoar feito a linda pomba E ao sentir a falta de um grande carinho, então cansava feito um passarinho E assim o passarinho feio quis ser até o pombo-correio Aí então Deus chegou e disse: "Pegue as mágoas Pegue as mágoas e apague-as, tenha o orgulho das águias" Deus disse ainda: "é tudo azul", e o passarinho feio virou cavalo voador Esse tal de pégaso () Pégaso, Pégaso, Pégaso, Pégaso Pega o azul, pega o azul