(intro) Há de ser bonito, há de ser Há de ser finito, há de ser Há de ser sereno, há de ser perene Há de ser efêmero Há de ser pecado, há de ser Há de ser sagrado, há de ser Há de ser volúvel, há de ser ambíguo Há de ser altivo Construirei nosso ninho Nas paredes do penhasco Pra que nenhum pararazzi Ouse quebrar nosso casco Nas pedras de uma caverna Vou deixar a nossa história Para que o vento do tempo Não nos apague da memória Há de ser impune, há de ser Há de ser insone, há de ser Há de ser escândalo, há de ser relâmpago Ciclone Há de ser exílio, há de ser Há de ser retiro, há de ser Há de ser luxúria, há de ser promessa Há de ser ternura Cientistas e arqueólogos Registrarão indícios De que uma estranha energia Paira por nossos vestígios O sentimento resistirá Aos tempos como um fóssil E o mundo então saberá Que ali viveu o amor mais dócil