Alguém me liga com queixas do outro lado, a gente nem sempre tem pra onde ir Se alguém descobre como viver ao seu lado, sabe onde vai te ferir Um por minuto vão nascendo os coitados, a vida tem de seguir E a boiada em silêncio pro trabalho, migalhas pra repartir, pra repartir, pra repartir, pra repartir Sem futuro Sem futuro Sem futuro Sem futuro Alguém fabrica as bombas e os decretos, depois consegue dormir Eu mostro os dentes, mais um tolo enfezado, revoltas pra colorir Lágrimas de gelo no chão ao pé da porta, quem não sonhou em sumir E alguém me chama chorando do outro lado, um fim pra tudo é o preço de existir, de existir, de existir, de existir Sem futuro Sem futuro Sem futuro Sem futuro