“Falado” – Aquele perverso fazendeiro era contra a natureza, em tudo que via no mundo, ele não achava beleza, tinha uma grande fazenda, a maior da redondeza, mas tinha um coração de fera conhecido por suas proezas... Trabalhava para ele o negrinho Sebastião Era uma pobre criança que sofria em suas mãos Por ser muito religioso, era aquela judiação. Pra aumentar o espanto seu, sempre que falava em Deus Apanhava do patrão Veio a seca na fazenda, para tudo terminar E o pretinho vendo aquilo com seu patrão foi falar O senhor deve ter fé, para Deus deve rezar Faça um pedido em prece, que o senhor lhe agradece e a chuva cairá O patrão ficou furioso e no negrinho bateu Mas a surra foi tão forte que o coitadinho morreu Quando estava no caixão seu patrão se aproximou Com desprezo e maldade mostrando sua crueldade Essas palavras falou ...Tome lá negrinho, leve essa moeda no caixão, e diga lá pro seu Deus, mandar chuva no meu chão, já que acredita nele, leve pra ele essa encomenda, e que mande 10 tostões de chuva, aqui na minha fazenda... Logo depois do enterro, veio um forte furacão Arrasou com a fazenda, inundo tudo pelo chão O negrinho apareceu, entregou ao seu patrão novecentos réis de troco, porque a chuva que veio Foi somente um tostão