Esfinge de Estilhaços

Lobão

Intro: Oh ! Ironia Era um poeta que um dia Assoviou ao acaso ... E por surpresa , que diria ... Era eu sua montanha desmoronada Sua vitoriosa derrocada Sua honestidade tardia Me desmorono pela vontade , pela potência E me transformo numa esfinge de estilhaços Me desmorono pela vontade , pela potência E me transformo numa esfinge de estilhaços Dando graças a algum Deus muito distante Ou o representante de todas as mortes , no céu Um céu , um céu , um céu há muito tempo morto de estrelas Morto , morto , morto E quem sabe ? Pela força da sua traição Pelo sangue jorrando de um só veia De uma transbordada paixão A medida sendo a falta , seja lá qual for a falta Falha , amor , infâmia , elegância Eu amo duelar com todas as partes da existência Vida , morte , vitória , fracasso , vazio ... Um derradeiro sopro de audácia Dessa indecifrável coragem Reerguendo com a astúcia de um gesto lento Uma inevitável eternidade , inevitável eternidade ... Me desmorono pela vontadade ,pela potência E me transformo numa esfinge de estilhaços Me desmorono pela vontade pela potência E me transformo numa esfinge de estilhaços ...