Senhorio pediu pr’o negro se abaixar Mas o negro foi “negro” e não se abaixou Abençoou o pobre branco E foi pr’o terreiro na palma da mão e cantou: Salve o Negro Nagô! Salve o Negro Nagô! Oxalá! ... Que a gente quer casa p’ra morar Senhorio parou p’ra pensar e se envergonhou Da maneira indiscreta que sua cabeça pensou Pois bem antes de tudo estar aqui nem existia o senhor Mas meu povo foi para o terreiro na palma da mão e cantou: Salve o Negro Nagô! Salve o Negro Nagô! Oxalá! ... Que a gente tem filhos p’ra criar Hoje em dia alforria de branco tem muito valor Pois se sente na pele aquela nossa velha dor Pois trabalha e dá fruto que tanto buscou Recomeça a batalha p’ra arranjar dinheiro pr’o usurpador Salve o Negro Nagô! Salve o Negro Nagô! Oxalá! ... Que a gente tem gente p’ra salvar Vida de negro é difícil! Vida de negro é difícil!