Manacá da serra, ô maninha Deu dois tipos de flor Uma bem lilás E outra mais Pro lado do branco Quase cor de rosa Mas quem mais me atrai É a perfumosa dama da noite Que no açoite do vento Vai perfumando o mato O mato escuro onde causa espanto Ouvir-se o canto da Mãe-da-lua Onde flutua um zigue-zague fosforecente Que mais parecem estrelas cadentes Iluminadas pelo perfume Mas não é nada É só a cantiga da Mãe-da-lua E a dança louca dos vaga-lumes Manacá da serra, ô maninha Deu dois tipos de flor E a dama da noite Preferiu a noite E caiu no açoite do vento Me ensinou que o canto é o perfume Do pensamento voando lento E o perfume é a asa da flor