Abro a porteira e me aparto do campo verde e estancieiro só pra estender meu baixeiro no capão dos corredores sou desses que os cantadores batizaram nas guitarras no peito de um malacara vivo empurrando horizontes Minha bíblia é um "Martin Fierro" sempre esbarro numa china E a imagem que me domina é um parador de rodeio Já tive um rancho senhores e tardes de primaveras Onde eu lavava a erva sentindo o cheiro das flores Sou ponto vivo e consciente na estância real das estradas vivo domando as mágoas de um passado inconveniente Nas horas das rondas claras o pensamento é tordilho Eu recorro cada estrela recostado no lombilho Meus olhos horizontais pintam quadro em campo alheio Cada porteira é um anseio pra um calmo desencilhar Talvez um dia eu encontre um olhar destes morenos Sem baldas e nem venenos, e aqui me ponha a cantar A cantar a cantar Bis