Campesino cantador, desfraldo um bronze rural Com gosto de pastiçal e aromas de campo em flor Um assovio faz fiador, e se entropilha no meu verso Comigo mesmo eu converso, a lo bruto, guitarreando E escuto o mundo pulsando, no coração do universo Trago dos velhos galpões, baldas e perfis humanos E centauros americanos em de redor dos fogões Fecundando aspirações que se perderam ao léu E ao rebentar o sovéu, me paro quieto a cismar Pois quando empeço a pajar, eu canto olhando pro céu Int. Pois todo cantor campeiro, que apeia de rancho em rancho Muito mais que esse andar ancho de gaudério e estradeiro Carrega um vento, um pampeiro no mais fundo do tutano E se abre o peio paisano pela redenção social transforma o canto em missal ou num libélo pampeano Me perdoem se me miro, e me vejo chão campeiro Pois um taura guitarreiro, se torce mas não dá giro Esse é o arame que estiro no lombo do descampado Sou um taita meio abugrado, cantador de alma andeja Que tem o céu por igreja e a pampa de altar sagrado Int. Por aqui paro a guitarra, que soluça em mi maior E limpo a gota de suor, que no bigode se agarra Lá longe meu pingo esbarra e relincha, que maravilha Pois sabe que quem o encilha, carrega um pampeiro, um vento Que esporeia o pensamento, da paleta até a virilha Int.