Os Silêncios da Janela do Povoado

Luiz Marenco

INTRO. Era um fim de dia quieto Para quem quisesse ouvi-lo Apesar do céu sangrando Alguns mateavam tranquilos. Foi quando cascos nas pedras E constâncias de esporas Quebraram o calmo das casas Chamando olhares pra fora. Iam adentrando o povoado Quatro homens bem montados Três baios de cabos-negros Bem à direita um gateado. Ponchos negros sobre os ombros, Chapéus batidos na face Silhuetas desconhecidas Pra qualquer um que olhasse. Traziam vozes de mandos Nas suas bocas cerradas E aparecendo nos ponchos Pontas de adagas afiadas. E aparecendo nos ponchos Pontas de adagas afiadas. Olhavam sempre por perto Até mirarem um "ranchito" E sofrenarem os cavalo Onde um apeou solito. E sofrenarem os cavalo Onde um apeou solito. Onde um apeou solito. INTRO. Primeiro um rangido fraco Depois um grito "prendido" E a intenção da adaga Tinha mostrado sentido. E os quatro em seus silêncios Voltaram no mesmo tranco Deixando junto a soleira Vermelho num lenço branco. Era mais um que ficava Depois que os quatro partiam Por certo em baixo dos ponchos Algum mandado traziam. Traziam fios de adagas E silêncios pra entregar... -era um gateado e três baios Foi o que deu pra enchergar!! Ninguém sabe, ninguém viu Notícias viram depois. Alguém firmava na adaga Só não se sabe quem foi. Alguém firmava na adaga Só não se sabe quem foi. E o povoado segue o mesmo Dormindo sempre mais cedo Dormem ouvindo o silêncio E silenciam por medo! Dormem ouvindo o silêncio E silenciam por medo! E silenciam por medo!