Introd: No bloco do eu sozinho, sou faz tudo e não sou nada Sou o samba e a folia de fantasia cansada Sou o novo e o antigo, sou o surdo e o entrudo Visto farrapo e o veludo, faço um breque, depois sigo No bloco do eu sozinho, sozinho sou cordão Sou a esquina do caminho, sou rei Momo e Damião Sou o enredo da parada, sou cachaça e sou tristeza Pulando junto e sozinho, faço da rua uma mesa No bloco do eu sozinho, sou São Jorge que passeia Sou alguém que esquece a lua em favor de uma candeia Sozinho sou a cidade, sou a multidão deserta Pé na dança, mão aberta em busca da vida cheia No bloco do eu sozinho, sou a seda do estandarte Sou a ginga da baiana, sou a calça de zuarte Sou quem briga e deixa-disso, sou Oropa e Aruanda Sou alegria de rosa que nunca brinca em serviço No bloco do eu sozinho, sou a sorte e o azar E o folião derradeiro que abre os braços pra brincar Sou passista e sou pandeiro e nas pedras da calçada Sou a lembrança mais fria de um mundo sem madrugada No bloco do eu sozinho de toda e qualquer maneira Na bateria calada, nas cinzas de quarta-feira Nos confetes da calçada, nas mãos vazias de rosa Sou alegria teimosa, sambando pra não chorar