No porão de um navio negreiro Que viagem mais longa candonga Ouvindo o batuque das ondas Compasso de um coração de pássaro No fundo do cativeiro É o semba do mundo calunga Batendo samba em meu peito Kawo kabiecile kawo Okê arô oke Quem me pariu foi o ventre de um navio Quem me ouviu foi o vento no vazio Do ventre escuro de um porão Vou baixar o seu terreiro Epa raio, machado, trovão Epa justiça de guerreiro Ê semba ê Samba á O batuque das ondas Nas noites mais longas Me ensinou a cantar Ê semba ê Samba á Dor é o lugar mais fundo É o umbigo do mundo É o fundo do mar Ê semba ê Samba á No balanço das ondas Okê aro Me ensinou a bater seu tambor Ê semba ê Samba á No escuro porão eu vi o clarão Do giro do mundo Que noite mais funda calunga No porão de um navio negreiro Que viagem mais longa candonga Ouvindo o batuque das ondas Compasso de um coração de pássaro No fundo do cativeiro É o semba do mundo calunga Batendo samba em meu peito Kawo kabiecile kawo Okê arô oke Quem me pariu foi o ventre de um navio Quem me ouviu foi o vento no vazio Do ventre escuro de um porão Vou baixar o seu terreiro Epa raio, machado, trovão Epa justiça de guerreiro Ê semba ê ê samba á É o céu que cobriu nas noites de frio Minha solidão Ê semba ê ê samba á É oceano sem fim, sem amor, sem irmão Ê kaô quero ser seu tambor Ê semba ê ê samba á Eu faço a lua brilhar o esplendor e clarão Luar de luanda em meu coração Umbigo da cor Abrigo da dor A primeira umbigada massemba yáyá Massemba é o samba que dá Vou aprender a ler Pra ensinar os meu camaradas!