A vida simples do roceiro me fascina Sua roça pequenina bem lá na furna da serra Onde ele fica deslumbrado a contemplar A sementinha brotar do ventre santo da terra Chega na roça logo assim que amanhece Vê as plantas que florescem lhe fazendo tão feliz E ao voltar para os braços da família Vem ouvindo pela trilha o cantar de uma perdiz! Na primavera, oh meu Deus o quanto é belo Um ipê roxo, outro amarelo em sinal de gratidão Bailam seus galhos em um festival de cores Para salpicar de flores o seu terreiro de chão! ( ) Todas as tardes quando chega do roçado Banha seu corpo cansado na biquinha do monjolo E a cabocla percebendo o seu cansaço Lhe acolhe em seus braços e lhe deita no seu colo Depois da janta tira a viola da parede A cabocla de olhos verdes vem pra perto lhe ouvir Até a lua que fascina o universo Encantada com seus versos se esquece de dormir! Na primavera, oh meu Deus o quanto é belo Um ipê roxo, outro amarelo em sinal de gratidão Bailam seus galhos em um festival de cores Para salpicar de flores o seu terreiro de chão!