Intro: Um certo dia fui rever os meus parentes Na fazenda sol nascente e a surpresa me esperou O meu irmão veio dos fundões da casa E me deu um ferro à brasa que a nossa mãe deixou. O que pra muitos pode ser até tranqueira Hoje lá na cabeceira, um abajur dele eu fiz, Me faz lembrar a sua luz que me rege Que eu só tinha um terno bege, mais eu era tão feliz Ferro à brasa, o calor que hoje me queima É uma saudade que teima reviver aquele amor Ferro à brasa aquecido pela idade Hoje passa a realidade só não passa a minha dor Voltando ao tempo vejo mamãe preparando Esse ferro, assoprando as brasas do tição Depois passava com carinho sem preguiça Nossas roupinhas de missa, de festa e procissão Olho esse ferro do abajur é a claridade Sinto as brasas da saudade me queimar o coração E o pensamento vai passando meu passado No tecido amarrotado de mágoa e solidão