Intro: Olhei pro céu azul que eu não tinha notado Por ser mais preocupado em olhar só pra mim. As flores me saudaram sem pedir recompensa, Mostrando ao meu orgulho o prazer de servir. Ouvi o trino doce que agora é mais claro, Não é mais abafado pelo som da minha voz, Trazendo no bom dia a melodia dos anjos: Existe um paraíso vivo dentro de nós. As flores, esta brisa, este sol radiante; A noite aconchegante sob o manto estelar. Beleza verdadeira faz o prazer constante, Bem mais do que intenso, excitante e fugaz. ( ) A brisa beija leve e tão gentil meus cabelos, O som é quase um hino de esperança e de paz, O ar que purifica intumesce meu peito; A vida é tão viva que me faz repensar: Será que a gente vive como a vida precisa? Será que a gente sabe realmente o valor? Que nasce o proibido quando morre a medida. O vício do exagero cria o peso da dor. São tantas coisas belas que a gente desdenha, Parece que o mundo quer amor pra comprar, Lacrado, embalado e no verso a receita De como ser amado se precisar amar. ( ) Agora eu volto a casa em que minh'alma se encerra, Mas levo desta terra tudo que eu nunca vi, Talvez a nostalgia faça turvo o caminho, Mas certo é meu destino, foi assim que escolhi. O beijo desta brisa ainda sinto em meu rosto Embora o pejo tosco não me deixe falar. E enquanto a melodia se despede, eu sinto Que tudo que acredito não consegue explicar o que eu senti.