Intr: Prá se topar numa encrenca, basta andar distraído, Que ela um dia aparece - não adianta fazer prece. Eu vinha anteontem, lá da gafieira, com minha nega Cecília. - Quando gritaram - Olha o Padilha! Antes que eu me desguiasse, um tira forte e aborrecido Me abotoou, e disse: - Tu és o nonô! Heim? “Mas eu me chamo Francisco, trabalho como mouro, Sou estivador - Posso provar ao senhor.” Nisso o moço de óculos ‘Raibam’, Me deu um pescoção: - bati com a cara no chão. E foi dizendo, “Eu só queria saber Quem disse que és trabalhador. - Tu és salafra, achacador Esta macaca ao teu lado, é uma mina mais forte Que o Banco do Brasil - Eu manjo ao longe este tiziu” E jogou uma melancia, pela minha calça adentro, A = Que engasgou no funil, - Eu bambeei, ele sorriu. Apanhou uma tesoura, e o resultado Desta operação: - É que a calça virou calção Na chefatura um barbeiro sorridente Estava à minha espera. - Ele ordenou: “Raspa o cabelo desta fera” “Não está direito, seu Padilha, me deixar Com o coco raspado - Eu já apanhei um resfriado Isto não é brincadeira, pois o meu apelido era Chico Cabeleira.” - Não volto mais à gafieira. (solo) ) (Ele quer ver minha caveira. Eu, heim? Se eu não me desguio a tempo Ele me raspa até as axilas. O homem é de morte…)