(intro) Pro mundo a fora, ê ê Pro mundo a fora, camara Dar a volta ao mundo, ê ê Volta do mundo, camará No tempo em que negro era escravo E o branco era senhor Tanta coisa se escondia: Assim com angu quente no tacho Tem sempre carne por debaixo O negro dava duro e tudo se escondia Ë um valor n' outro valor A demo chamaram exú Nossa senhora, iemanjá São roque foi omulu Senhor do bonfim, oxalá- eh-ba-ba-ba-eh Nesse tempo que passou A história que eu vou contar De um senhor que se sorria Ao ver os negros brincar (ê angola, angola, ê ê angola) Senhor dom pedro amaral Chamou a senhora mulher: Vem ver os negros brincando De dançar lá no quintal (ê, ê, aruandê camará Galo cantô, camará Có có ri có, camara ê ê Meu feitor, que aqui tem ordem, Gritou dom pedro amaral Bota o nego a bater o milho No meio do milharal: Quebra milho como gente, macaco Macaco que quebra dendê, macaco: Senhor dom pedro amaral Chamou a senhora mulher: Vem ver este negro safado Me olhando do jeito que quer No tempo em que o negro era escravo E o branco era senhor Nem tudo sempre se escondia E vem dom pedro amaral, com seu feitor De rabo de tatu, dizendo para o negro: - eu te mato, moleque ! - moleque é tú Cala a boca, moleque ! Moleque é tú ! É tú que é moleque ! Moleque é tú !... São dois pra bater no negro De pau, chicote e facão Pra se safar tem o negro Só dois pés e duas mãos É a mão pelo pé É o pé pela mão Bate na cara Derruba no chão É a mão pelo pé É o pé pela mão Bate na cara Derruba no chão É a mão pelo pé É o pé pela mão Bate na cara Derruba no chão É a mão pelo pé É o pé pela mão É a mão pelo pé É o pé pela mão Me acuda aqui seu feitor Que este negro me esfola Está quase a me matar Na brincadeira de angola Te mato, negro vagabundo: E o negro se some no mundo... Vamos s'embora ê ê Vamos s'embora camará Pro mundo a fora ê ê Pro mundo a fora camará Dar a volta ao mundo ê ê Dar a volta ao mundo camará (angola ê ê, angola ê ê, angola) (angola ê ê, angola ê ê, angola)