Vitor Pi Vim em tupi Pra entupir de ideia A cabeça de toda trupe Em tupi, entupiu Canibal deglutiu Tio samba aglutinou Tu que viu, viu Quem viu quem degustou Gostou do que sentiu Digeriu, arrotou Canja de laranja, casca de galinha Isca de polícia, farda de sardinha A carapuça serviu A batina caiu Bloco carnavalesco, pitoresco Brasil Vitor Pi Vim em tupi Pra entupir de ideia A cabeça de toda trupe Pintura rupestre, tinta nanquim Índio nordeste, tupiniquim Camisa da Levi's e calça jeans No lugar de flecha, bala e fuzis Sequestro do chefe da fundação Na mesma língua, sem confusão Na mesma moeda, a negociação Capital estrangeiro, pajé, capitão Pé d'água, toró, como chovia De português, o tupi se vestia Se fosse no sol, tu se despia E dispensaria a hierarquia Vitor Pi Vim em tupi Pra entupir de ideia A cabeça de toda Trupe No verso aversão à imposição Servo, sou não, faço a exposição Sobre condicionamento e catequização Pobre estamento, mais injusta divisão Nobres no convés e os negros no porão Conte de um até dez e prenda a respiração Quem controla o passado tem o futuro à mão Conheça sua História, não durma, irmão Fique esperto, liberto de qualquer exploração Mais perto do certo, andar com atenção Antropofagia pra fugir da tensão Sardinha no cardápio pra fazer a digestão Como não? Como sim, é apropriação Nossa risada no fim tem mais sensação A resistência é a própria ação A hora da virada é a nossa sanção Vitor Pi Vim em tupi Pra entupir de ideia A cabeça de toda trupe Toda trupe Toda trupe Vitor Pi Vim em tupi Pra entupir de ideia A cabeça de toda trupe Toda trupe Toda trupe