Intro: Se chegou no meu pago um bugio Como o vento que sopra o Rio Grande Se aninhou nos pelegos do rancho Sem patrão ou alguém que o mande Trouxe o lombo lambento de frio Malandragem onde quer que ele ande E as munhecas de índio vadio Trapaceiro de marca bem grande O bugio é bicho andarengo Sanchorengo, maroto e bem taita Pega tudo o que há pelo pago E se esconde no fole da gaita O bugio quando quer um cigarro Leva a mão no lugar que não pode Rouba a palha e o fumo macaio E mistura com barba de bode Quem não fuma se espanta com o cheiro Se embucha, se abana e sacode Da fumaça que sai do palheiro Que o bugio amarrou no bigode Quando chega na roda de mate Se adona da cuia e chaleira Conta causos dos tempos de antanho E façanhas da lida campeira Quando moço pegou touro à unha Caçador tinha mira certeira Foi milico de Flores da Cunha Guarda-costas de Pinto Bandeira É carancho que chega mansinho Em festança ou banquete de luxo Dá de mão no churrasco mais gordo Sem licença já manda pro bucho Troca a orelha e disfarça na sala Da espingarda já tira os cartuchos Vai levando por baixo do pala O que pode roubar do gaúcho.