Intro: Eu nunca froxei a perna pra potro que corcoveia Me criei montando em pêlo surrando só nas orelhas E quando o matungo roda é que coisa fica feia Sou ligeirito no más sou destes que não se enleia ( ) Num aparte de mangueira tanto a pé como a cavalo Na saída de algum brete sempre botei meu pealo E quando a prosa é demais que eu ouço muito e me calo Me deito em altas da noite me acordo ao cantar do galo ( ) Quando faço um alambrado que estico bem o arame Se escapa o estirador o tombo é que é mais infame Se danço mal no fandango não importa que reclame Em namoro de cozinha só me paro no baldrame ( ) Se me meto na carpeta pra jogar não jogo pouco Se for preciso até brigo mas não entrego o meu troco O jogo é coisa do diabo e eu sou burro quando empaca Já levantei de uma mesa com dez cartas na guaiaca ( ) Meu serviço é coisa bruta que não serve pra doutor Nem pra estes da cola fina metido a conquistador Vivo lavrando a boi pisando no meu suor Levantando alguma vaca no fundo de um corredor ( ) Fui criado meio xucro um pobre peão de estância Venho curtido da estrada de tanto encurtar distância Respeitando minha estampa do amor pela querência Sou feito de pau a pique com o Rio Grande na consciência ( ) com o Rio Grande na consciência (2x) ( )