Sopra o vento músicas no tempo Acordes que acordam Corda que dá tom ao sentimento Ao sofrimento que virá, que virá E que vira poema ao fim do dia Sons que se transmudam em palavras E que os poetas buscam Busca que desata a melodia Da poesia que virá, que virá E que vira profecia ao fim do dia Minas de palavras Descanso a voz neste horizonte Que tão Belo assim me cala Calada voz por fim aguardo Pelos ventos que me trazem Areias brancas da cidade onde eu nasci Vou seguindo a estrada Tantos lugares, tantos portos Mas um Porto é mais Alegre Onde refaço a minha calma Alma forte é Fortaleza Recife é terra onde Damas são felizes Versos que se escondem nas calçadas E que os calçados pisam Frisa suas marcas na poeira O andarilho que virá, que virá E que vira poeta ao fim do dia Roucas, poucas vozes não se cansam Amansam tantos ódios Pódios que são palcos que aguardam A melodia que virá, que virá E que vira profecia ao fim do dia Vou singrando rios São de Janeiros, de São Paulo Rio Largo, Rio Bonito Lagoas doces de Alagoas Cachoeira tão Paulista Que faz jorrar canções tão novas ao meu país Montes que são Claros São Campos raros, Goitacazes Terra Boa e seus mistérios Campina Grande que me veste Bem no norte da minh'alma Eu tenho marcas de açaí, sou de Belém A poesia me leva, me leva, me leva Levará, A poesia me leva, me leva, me leva e sempre levará