Eu fico tentando compreender, o que nos teus olhos pôde ver Aquela mulher na multidão, Que já condenada acreditou Que ainda havia o que fazer, que ainda restara algum valor E ao se prender em teu olhar, por certo haveria de vencer E assim fizeste a vida retornar aos olhos dela E quem antes condenava se percebe pecador Teu amor desconcertante, força que conserta o mundo Eu confesso não saber compreender Sou humano demais pra compreender, humano demais pra entender Este jeito que escolheste de amar quem não merece Sou humano demais pra compreender, humano demais pra entender Que aqueles que escolheste e tomas pela mão Geralmente eu não os quero do meu lado Eu fico surpreso ao ver-Te assim, trocando os santos por Zaqueu E tantos doutores por Simão, alguns sacerdotes por Mateus E, mesmo na cruz, em meio a dor, Um gesto revela quem Tu és Te tornas amigo do ladrão, só pra lhe roubar o coração E assim foste o contrário, o avesso do avesso E por mais que eu me esforce, Não sei bem se te conheço Tu enxergas o profundo, Eu insisto em ver a margem Quando vês o coração, Eu vejo a imagem Refrão