Eu tenho sangue no olho E coragem nas veias Não amargo o desgosto Nem me nego peleias Quando apego na lida Meu passo não tropeia E o silêncio se rompe Quando a prosa incendeia Antes de abrir os panos Lembrei do meu avô Que chegou de Livramento Grande batalhador No trajeto da vida Bem onde o vento assoprou Não vai ser sem luta, sem planos Que eu vou onde for Não me criei nos pampas Nem me acho campeiro Não sou separatista Porque sou brasileiro Minha alma é latina E antes que alguém se meta Eu tenho a arma mais forte O papel e a caneta Minha alma é latina E antes que alguém se esqueça Eu tenho sangue no olho E coragem nas veias