Intro Conforme passava o carro Na frente do fazendão O preto velho chorava No alpendre do casarão Já tinha perdido as forças Também a própria visão Mesmo assim acompanhava Tudo o que se passava Naquele trecho de chão ( ) ( ) Pelo cheiro ele sabia Se vinha vindo boiada Mandava fechar a porteira Recolher a criançada Légua e meia ele sabia Quem vinha vindo na estrada Sabia tudo certinho Quem vinha lá no caminho Quem passava na baixada ( ) ( ) Um certo dia ele disse Que estava vendo na estrada Muita gente em silêncio Fazendo uma caminhada O seus amigos olhavam Na estrada não vinha nada Quando foi dali uns dias Era o preto que seguia Pra derradeira morada ( ) Aquela gente em silêncio Naquela estrada comprida Ninguém estava entendendo Era o próprio velho vendo A sua própria partida