Era uma tarde qualquer, volta pras casas da lida Ia um gateado e um tordilho cruzando a várzea estendida Ia um índio no gateado, no tordilho outro campeiro Um de pala a meia espalda outro de lenço e sombreiro Se largaram em paleteio, que um olhar firma carreira Desde as duas corticeiras até o cruzar da porteira É a rédea frouxa na mão contra uma espora segura Quem sabe é por patacoada, por honra ou por rapadura Só sei que bem pareciam dois tauras em disparada Uma carga de combate, mas era só carreirada Hace tiempos no se via uma carreira tão parelha Era focinho a focinho, era orelha com orelha A várzea ficou pequena pra mostrar como se faz Uma carreira de campo saltando barro pra trás O gateado mais ligeiro que um tirombaço de bala Cruzou o vão da porteira com o índio abanando o pala O tordilho outro balaço, cruzou ligeiro num facho Chapéu quebrado na aba mas firme no barbicacho Quem perdeu e quem ganhou, cruzaram assim num repente Um diz que chegou primeiro o outro que ia na frente