É que eu sou malandro, batuqueiro Cria lá do morro do Salgueiro Se não acredita, vem no meu samba pra ver O couro vai comer! Laroiê, mojoubá, axé! Salve o povo de fé, me dê licença! Eu sou da rua e a lua me chamou Refletida em meu chapéu O rei da noite eu sou Num palco sob as estrelas De linho branco vou me apresentar Malandro descendo a ladeira, ê, Zé! Da ginga e do bicolor no pé "Pra se viver do amor" pelas calçadas Um mestre-sala das madrugadas Ê, filho da sorte eu sou Vento sopra a meu favor Gira sorte, gira mundo, malandro deixa girar Quem dá as cartas sou eu, pode apostar! Ê, filho da sorte eu sou Vento sopra a meu favor Gira sorte, gira mundo, malandro deixa girar Quem dá as cartas sou eu, pode apostar! O samba! O samba vadio, meu povo a cantar Dia a dia, bar em bar Eis minha filosofia Nos braços da boemia, me deixo levar Eu vou por becos e vielas Chegou o barão das favelas Quem me protege não dorme Meu santo é forte, é quem me guia Na luta de cada manhã, um mensageiro da paz De larôs e saravás!