{Intro:} O que será, que será Que andam suspirando pelas alcovas Que andam sussurrando em versos e trovas Que andam combinando no breu das tocas Que anda nas cabeças, anda nas bocas Que andam acendendo velas nos becos Estão falando alto pelos botecos E gritam nos mercados que com certeza Está na natureza, será que será O que não tem certeza, nem nunca terá O que não tem conserto, nem nunca terá O que não tem tamanho O que será, que será Que vive nas idéias desses amantes Que cantam os poetas mais delirantes Que juram os profetas embriagados Que está na romaria dos mutilados Que está na fantasia dos infelizes Está no dia-a-dia das meretrizes No plano dos bandidos, dos desvalidos todos os sentidos, será que será O que não tem decência, nem nunca terá O que não tem censura, nem nunca terá O que não faz sentido O que será, que será Que todos os avisos não vão evitar Porque todos os risos vão desafiar Porque todos os sinos irão repicar Porque todos os hinos irão consagrar E todos os meninos vão desembestar E todos os destinos irão se encontrar E mesmo o padre eterno, que nunca foi lá Olhando aquele inferno, vai abençoar O que não tem governo, nem nunca terá O que não tem vergonha, nem nunca terá O que não tem juízo Ebm7(b5)(9) O que não tem governo, nem nunca terá O que não tem vergonha, nem nunca terá O que não tem juízo