Eu era um moço solteiro na vida sem uma querida pra me dar carinho Corria carreira, jogava baralho cruzava em atalho, encurtava caminho No lombo do pingo balançando a espora pelo pago a fora cortando coxilha No cabo da adaga sempre fui ligeiro cortava o parceiro do queixo a virilha Int. Nas delegacias corria o meu nome me prendem este homem o covarde pedia De mim os valentes nunca davam parte por que desta arte também entendiam Mas eu dava esmolas aos pobres nas estradas não fazia nada sem ser atacado Amava a criança, chegava em casebre benzia pra febre, deixava curado Int. No rio que divide Brasil e Uruguai um valente cai no pialo do amor Cá da minha pátria, lá na outra praia vi uma Uruguaia perfumada flor Me joguei no rio atravessei a nado para o outro lado que proeza eu fiz Mi brasileirito a moça pronunciou contigo me vou para o teu país Int. Pulou na garupa coma mão acenando e disse chorando: adeus pátria querida Abraçada em mim amor não tem fronteira e a linda estrangeira mudou minha vida arroio grande com ela casei de pelear deixei agora eu vivo amando Construí meu rancho na beira de um cerro meu último erro é esse contrabando