Um leiteiro ganacioso enganava a freguesia Misturava água no leite e para o povo vendia Enriquecendo depressa dizia fazendo graça Não há nada neste mundo que o homem queira e não faça Enquanto eu puxar no balde água do poço a vontade Não falta leite na praça O dinheiro do seu roubo era num saco guardado E muito bem escondido para não ser encontrado Mas ele tinha um macaco que observava a trapaça Parece que ele dizia espiando da vidraça Eu estou envergonhado por saber que no passado Nós fomos da mesma raça Mas um dia o macaco escondido lhe seguiu Pegou o saco de dinheiro e jogou dentro do rio Voltou denovo pro mato e pensando consigo Tenho vergonha do homem por parecer comigo O homem é bicho tratante e vê no seu semelhante O seu maior inimigo Leiteiro desesperado dentro do rio se atirou Mas do maldito dinheiro nem um centavo salvou sentou perto do rio e chorando assim falou Quis ficar mais rico depressa e agora mais pobre estou Que destino foi o meu tudo que a água me deu A mesma água levou