Meu tempo escutou, vindo lá do passado, Um poeta que o tempo guardou. Meu tempo é apressado, meu tempo é danado: Meu tempo tudo mudou. Meu tempo mal guarda o sabor do presente E se atira prum tempo melhor. Meu tempo não pensa, está sempre adiantado: Esqueceu o que sabe de cor. Meu tempo é de morte pra vida. Meu tempo se escorre na multidão. Meu tempo, poeta, é um tempo engraçado: É o tempo da lua na televisão. Meu tempo é do homem aflito, Apressado, angustiado, sem remissão. Meu tempo, poeta, não é do seu tempo: É outra a nossa canção. Normando Mendonça - 24/12/2008