O meu vizinho do lado Se matou de solidão Ligou o gás, o coitado O último gás do bujão Porque ninguém o queria Ninguém lhe dava atenção Porque ninguém mais lhe abria As portas do coração Levou com ele seu louro E um gato de estimação Há tanta gente sozi...nha Que a gente mal adivi.....nha Gente sem vez para amar Gente sem mão para dar Gente que basta um olhar Quase na...da Gente com os olhos no chão Sempre pedindo perdão Gente que a gente não vê Porque é quase nada Eu sempre o cumprimentava Porque parecia bom Um homem por trás dos óculos Como diria Drummond Num velho papel de embrulho Deixou um bilhete seu dizendo que se matava De cansado de viver Embaixo, assinado Alfredo Mas ninguém sabe de quê.